Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-los a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em fuga que dobramos
fechando-nos os olhos.
Sebastião Alba, "Ninguém meu amor" in 50 Poetas Africanos, ed. by Manuel Ferreira (Lisbon: Plátano, 1986) pp. 400-401.
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